Com o passar do tempo e a chegada de novas tecnologias, os smartphones vão ganhando novas características, e atualmente uma característica bem comum na maioria dos aparelhos são suas diversas câmeras, deixando muitos usuários confusos sobre sua utilidade – ou mesmo a necessidade – de tantas lentes no smartphone.
Pensando nisso, preparamos este artigo para explicar para você a diferença entre cada lente usada nos celulares atualmente, e quando você sanar suas dúvidas, verá como é importante saber a utilidade de cada uma delas ao escolher seu novo smartphone.
Bem, é bastante comum vermos smartphones com duas, três ou até quatro câmeras, mas ao ver suas nomenclaturas como macro, ultra-wide e telefoto, é normal ficar confuso. Então, sem mais delongas, vamos entender para que serve cada uma das lentes nos smartphones!
Pegue um atalho:
Lentes Wide e Ultra-wide
A grande-angular, ou wide, é atualmente a lente mais comum nos smartphones, e costuma ser a principal. Com essa lente, as imagens capturadas tem uma proporção similar às do olho humano, resultando em um campo de visão bastante amplo.
Quando adicionado o nome “ultra”, significa que a lente tem um campo de visão ainda maior, de maneira que o usuário não precise se afastar fisicamente para que caibam mais elementos na foto, dessa forma, paisagens não saem cortadas e ninguém fica de fora nas fotos de família.
Também é comum vermos características como “distância focal” e “campo de visão” nas especificações da câmera. No caso da distância focal, essa é medida em milímetros, e o campo de visão em graus. Quanto maior o campo de visão e menor a distância focal, maior será a imagem capturada, cabendo mais elementos.
Como mencionado, a lente wide é geralmente a principal nos dispositivos, porém a ultra-wide também está se tornando bastante popular, e já não é mais incomum vermos smartphones intermediários e principalmente flagships a utilizando.
Lentes Telefoto ou Teleobjetiva
Assim como a wide, esse é um dos tipos de câmera mais comuns nos smartphones, mas suas funções são opostas. Neste caso, a função da lente é se aproximar de objetos sem que o usuário precise se aproximar fisicamente, ou seja, ela é responsável pela função zoom.
Em câmeras normais, as lentes teleobjetivas se projetam para a frente para focar no objeto a ser fotografado. Mas, quando se trata da câmera no smartphone, temos o zoom óptico, que apesar de também ser uma aproximação feita pela própria lente, ela não se projeta para frente no aparelho.
Além disso, as lentes telefoto também podem ser combinadas com as informações de outras lentes no aparelho, para calcular a distância de uma pessoa ou objeto. Dessa forma, é possível utilizar o modo retrato com fundo borrado, deixando apenas a pessoa ou objeto em primeiro plano focados, como veremos em breve.
Vale ressaltar que smartphones que não possuem essa lente também podem utilizar o zoom, no entanto neste caso ele é digital, ou seja, a aproximação não é feita pela lente, mas através de um software, então a qualidade das imagens capturadas tende a ser inferior.
Entretanto, alguns smartphones possuem IA avançada que permite que seu zoom digital imite o zoom óptico, de maneira que as imagens não tenham muita perda de qualidade.
Também existe o zoom híbrido, que une o óptico (aproximação da lente) com o digital (aproximação por software) e oferece aproximações maiores do que 5X, que é a maior aproximação oferecida pelo zoom óptico atualmente, a qual está presente no Huawei P30 Pro.
Sensor monocromático
Enquanto as lentes wide e teleobjetiva são mais comuns, os sensores monocromáticos dificilmente são vistos nos celulares. Isso se dá pelo fato de sua função ser muito específica – ele permite a captura de fotos em preto e branco.
Bem, você deve estar se perguntando o que tem de mais nisso, afinal, qualquer aparelho conta com a função de fotos em preto e branco. A diferença é que em smartphones que não possuem um sensor monocromático, a mudança de colorido para preto e branco é feita por um filtro, ou seja, é pelo software.
No caso de smartphones com sensor monocromático, o espectro de cores é ignorado na captura da imagem, não há a utilização de um software no processo. Dessa maneira, é possível capturar imagens em preto e branco com uma excelente qualidade, tendo o contraste muito melhor entre os elementos.
Como não é um recurso tão necessário para o usuário comum, mas sim destinado à profissionais, esse sensor é difícil de ser visto em um smartphone, mas fabricantes como Huawei, Nokia e Motorola já se aventuraram com ele.
Sensor de profundidade
Outro sensor comum nos conjuntos de câmeras nos smartphones é o depth, ou sensor de profundidade. O nome é autoexplicativo, mas, basicamente esse sensor detecta e calcula a profundidade nas fotos, permitindo o uso de efeitos de fundo borrado, como na imagem abaixo.
Além disso, esse sensor também é responsável por uma melhor renderização das imagens em apps com realidade aumentada, como Pokémon Go, por exemplo.
Smartphones básicos costumam contar com esse sensor, já que ele oferece efeitos de profundidade de boa qualidade sem precisar de lentes especiais para isso.
Já no caso de flagships, o depth está caindo em desuso, pois a função de profundidade está sendo incorporada à outros tipos de lente, como a teleobjetiva.
Sensor ToF
O sensor ToF (Time of Flight), também conhecido como sensor 3D, tem a finalidade de tornar as imagens capturadas em modo retrato ainda mais precisas. Essa tecnologia emite feixes de luz para determinar a distância e o tamanho dos objetos fotografados.
Além disso, segundo a Samsung, ela ajuda no Foco Dinâmico, que também é responsável pelos efeitos de desfoque e distorções no fundo das imagens, aqueles que a gente tanto gosta.
No caso da Samsung, esse sensor é chamado de DepthVision, mas além da gigante sul-coreana, outras fabricantes já utilizam essa tecnologia para aprimorar as imagens capturadas.
Lente Macro
A lente macro também tem ganhado espaço entre os conjuntos de câmeras dos smartphones. Essa lente permite que o usuário fotografe objetos de uma distância muito curta – em torno de 5 centímetros – com uma excelente definição, exibindo claramente os detalhes do objeto fotografado.
Por ter também uma utilidade bastante específica, sendo geralmente usado para tirar fotos da natureza, a lente macro não está presente em todos os smartphones, apesar de ser bastante popular.
Além disso, alguns smartphones contam com “modo macro”, que nada mais é do que um recurso de software que permite que outra lente capture imagens à curta distância, tirando a necessidade de haver um sensor específico para essa finalidade.
Lente Periscópio
Muito nova no mercado, a lente periscópio é tão rara – ou até mais – quanto o sensor monocromático. Apesar de serem poucos os smartphones a contar esse tipo de câmera, ela é bastante interessante e pode acabar ganhando mais espaço futuramente.
Essa lente é posicionada perpendicular ao sensor principal, de forma que as duas câmeras trabalhem em conjunto, aumentando a imagem capturada a partir da refração de luz, ou seja, temos aqui um efeito de zoom sem que a lente precise ser maior.
Diversas fabricantes estão trabalhando em cima dessa tecnologia, como a Oppo, Huawei, Xiaomi e mesmo a Samsung.
É com essa câmera que smartphones como o Huawei P30 Pro conseguem capturar imagens de alta qualidade com ampliação máxima, como fotos da lua, por exemplo. No caso do P30 Pro, é possível alcançar zoom óptico de 5x e zoom digital de 50x.
Quanto mais câmeras, melhor?
Agora que você entendeu para que serve cada uma das lentes no smartphone, surge uma outra dúvida: quanto mais câmeras no celular, melhor? Não necessariamente.
É claro que com várias lentes disponíveis o usuário tem mais opções e ferramentas para tirar fotos de diversas maneiras. Entretanto, isso não significa que a qualidade das fotos será boa.
A qualidade das fotos não depende só de ter a lente certa para determinada captura. A forma que o usuário usa essas câmeras também pesa muito, afinal, não adianta ter diversas ferramentas disponíveis se você não souber usá-las, então ter 5 câmeras não lhe garantirá uma foto perfeita.
Como vimos anteriormente, algumas lentes, como a macro, já podem ser substituídas por software. É claro que ainda há um longo caminho para a evolução das IAs nesse sentido, porém a tendência é que no futuro, os smartphones não precisem ter cada uma dessas lentes para oferecer seus recursos.
Ainda existe uma boa diferença entre o smartphone ter de fato as lentes, ou contar com recursos de software para substituí-las, mas esperamos ver novidades nessa área em um futuro próximo.
