Xiaomi cria divisão para desenvolver chips próprios e planeja estrear ainda em 2025

xiaomi processador original

A Xiaomi deu mais um passo rumo à independência no setor de semicondutores, ao anunciar a criação de uma divisão dedicada exclusivamente ao desenvolvimento de processadores próprios para celulares.

A nova estrutura foi formada dentro da divisão de dispositivos móveis da companhia e será liderada por Qin Muyun, executivo com passagem pela Qualcomm, atual fornecedora dos chips Snapdragon usados em muitos aparelhos da marca.

A novidade marca um avanço na estratégia da fabricante chinesa de controlar mais etapas da sua cadeia produtiva, especialmente em um momento em que outras grandes empresas também seguem o caminho da customização de chips.

O que se sabe sobre o novo chip da Xiaomi

xiaomi processadores

Apesar de ainda não ter uma data oficial de lançamento, rumores indicam que o primeiro processador da Xiaomi pode estrear ainda em 2025. Segundo o site Gizmochina, o modelo em desenvolvimento será um chip octa-core, com a seguinte configuração:

  • 1 núcleo Cortex X925 de 3,2 GHz
  • 3 núcleos Cortex A725 de 2,6 GHz
  • 4 núcleos Cortex A520 de 2,0 GHz

Além disso, ele contará com uma GPU IMG DXT72 de 1,3 GHz, considerada equivalente em desempenho à Adreno 740, presente em chips topo de linha da Qualcomm. Isso posiciona o modelo como uma opção de alto desempenho, embora ainda ligeiramente abaixo dos flagships mais recentes.

Por que desenvolver chips próprios?

A decisão da Xiaomi segue uma tendência do setor, adotada por empresas como Apple, Samsung, Google e Huawei. Ao desenvolver seus próprios processadores, as fabricantes ganham mais controle sobre desempenho, integração com software e, principalmente, independência de empresas como Qualcomm e MediaTek.

Além disso, a personalização permite uma melhor otimização do ecossistema da marca, oferecendo mais consistência entre hardware e software, algo que vem sendo uma das maiores vantagens da Apple, por exemplo.

A Xiaomi já havia dado os primeiros passos nessa direção anos atrás, com o lançamento do Surge S1 em 2017. O chip foi utilizado em poucos modelos e o projeto acabou suspenso.

Desde então, a empresa tem atuado de forma mais pontual, desenvolvendo chips auxiliares para câmeras, carregamento, controle de tela e sinal de telefonia.